Nota informativa

Nota Informativa:

Desejo salientar a todos que acompanham o blog do programa cristocêntrico, que nem todas as matérias deste blog não diz respeito a filosofia ou doutrina da direção do programa cristocêntrico ou da Assembléia de Deus de Caaporã.

A direção.

terça-feira, 25 de setembro de 2012

Hamas assina compromisso com o Irã para liderar uma guerra contra Israel

Hamas assina compromisso com o Irã para liderar uma guerra contra Israel
Irã, Hezbollah, Hamas, Egito e Síria podem unir forças para ofensiva conjunta.
por Jarbas Aragão

Hamas assina compromisso com o Irã para liderar uma guerra contra Israel
Mahmoud A-Zahar, líder do Hamas, e Marwan Issa, o vice comandante de seu braço militar, passaram a primeira metade de setembro em Beirute e Teerã finalizando a assinatura de protocolos que afirmam o compromisso dos lideres do Hamas na Faixa de Gaza se juntarem a Irã, Síria e o Hezbollah na guerra contra Israel.
Esses documentos foram divulgados por fontes militares que afirmam saber os detalhes de como seriam os procedimentos e prazos que uniriam o Hamas e outros grupos terroristas num conflito contra Israel, caso ocorra um ataque ao Irã por causa de seu programa nuclear.
Foi noticiado por várias agências de notícias a declaração feita por Mohammad Ali Jafari na semana passada, durante uma exposição militar da Guarda Revolucionária Iraniana: “A guerra vai acontecer, mas não está claro quando ou onde será”.
O governo em Teerã pediu a A-Zahar e Issa que dessem suporte a Bashara Al Assad, comprovando que centenas de armas tem sido enviadas pelos iranianos ao regime sírio que vive uma guerra há meses.
A assinatura do Hamas garante um reforço de 22.000 combatentes treinados, incluindo reservistas, para as tropas de elite iraniana das unidades das Brigadas Al Quds, que ficariam preparadas nas fronteiras de Israel com a Síria e o Líbano.
As reuniões dos líderes do Hamas com o governo do Irã envolveram altos funcionários, incluindo o ministro da Defesa, Ahmed Wahidi, o comandante da Guarda Revolucionária, general Ali Jafari, o comandante das Brigadas Al Quds, Brigadeiro Soleimani Qassem, e um grupo seleto de especialistas da inteligência iraniana. Teerã busca alcançar dois objetivos:
1. O Hamas palestino é uma ramificação da Irmandade Muçulmana egípcia, portanto fica ciente de que deve ajudar o Irã em assuntos militares na região do Cairo.
2. Irã, Hezbollah e Síria desejam que o Hamas pare de obstruir as atividades da guerrilha Jihad Islâmica na Faixa de Gaza e esteja pronto para operar em conjunto com os palestinos contra Israel. Desde o início da possível guerra, todos devem seguir as ordens de comando vindas do Irã.
Em contrapartida, o Hamas voltará a receber ajuda econômica iraniana e novos suprimentos de mísseis e equipamentos de guerra avançados para melhorar a precisão de seus ataques contra Israel.
O clima anda tenso na região. Em discurso na assembleia da ONU esta semana, o presidente Mahmoud Ahmadinejad afirmou que Israel não tem raízes no Oriente Médio e deveria ser eliminado.
Por sua vez, o ministro da Defesa de Israel, Ehud Barak, propôs evacuar assentamentos judaicos na Cisjordânia de forma unilateral, se os esforços por um acordo de paz com os palestinos fracassarem. Ele defende que seria ideal manter tropas israelenses em zonas da fronteira com a Jordânia.
Ao mesmo tempo, o ministro de Relações Exteriores israelense, Avigdor Lieberman, afirmou que seu país não aceitará modificações no tratado de paz com o Egito, em meio à crescente insegurança na fronteira entre os dois Estados.
O ataque mais recente aconteceu sexta-feira passada, quando morreram um soldado israelense e outro ficou ferido durante um ataque de milicianos. Três dos agressores morreram nos enfrentamentos com as tropas israelenses.
Traduzido de Prophecynewswatch.com

sábado, 15 de setembro de 2012

Manada ou vara?
        Por que os evangelistas discordam nesse ponto?
E ele lhes disse: Ide. E, saindo eles, se introduziram na manada dos porcos; e eis que toda aquelamanada de porcos se precipitou no mar por um despenhadeiro, e morreram nas águas.
(Mateus 8:32)

E andava ali pastando no monte uma grande manada de porcos.
(Marcos 5:11)

E andava ali pastando no monte uma vara de muitos porcos.
(Lucas 8:32a)

        Uma fato ao qual se deveria prestar atenção antes começar a "descobrir" contradições bíblcias é que todo texto deve ser interpretado na língua em que foi escrito. No processo de passagem de um idioma para outro, aquilo que é característico de cada língua pode acabar se perdendo e sendo substituído por outro elemento. É necessário interpretar (ao menos em nível exegético) para traduzir. Não existe tradução "dicionarial". Disso concluímos que muitas vezes certas contradições, discrepâncias, erros e obscuridades podem ser provenientes não do texto em si, mas de sua tradução.

        Um exemplo já tratado foi o de Jonas. Com esse exemplo dá-se o mesmo. Em dois dos textos o coletivo de porcos consta como manada, e em um como vara. Na língua portuguesa, o coletivo de porcos é "VARA". Assim, só o texto de Lucas restaria correto; os demais conteriam erros.

και ειπεν αυτοις υπαγετε οι δε εξελθοντες απηλθον εις τους χοιρους και ιδου ωρμησεν πασα η αγεληκατα του κρημνου εις την θαλασσαν και απεθανον εν τοις υδασιν
(Mateus 8:32; Nestle-Aland)

ην δε εκει προς τω ορει αγελη χοιρων μεγαλη βοσκομενη
(Marcos 5:11; Nestle-Aland)

ην δε εκει αγελη χοιρων ικανων βοσκομενη εν τω ορει
(Lucas 8:32a. Nestle-Aland)

        Como se pode perceber claramente, no texto grego não existe tal contradição. A mesma palavra é empregada: αγελη. Assim, se essa palavra é a correta a se empregar para o coletivo de porcos, os três textos estão corretos; se, no entato, esta palavra é incorreta, os três versículos conteriam um erro. Constatamos, entretanto, tratar-se de mera arbitrariedade na tradução a distinção entre "manda" em Mateus 8:32; Marcos 5:11 e "vara" em Lucas 8:32.

        Primeiro, um pouco da etimologia. Como é visível, αγελη tem como origem o verbo αγω, que tem como significados: levar, carregar, conduzir. Na voz média, αγομαι, significa "levar para si". Nesse campo semântico percebemos que a ideia primitiva nada tem a ver com animais. Poderia indicar perfeitamente qualquer grupo de animais conduzidos. Portanto, não significa, a priori, nem manda nem vara. Embora possamos admitir a possibilidade de uma mudança semântica, umaverificação léxica pode nos corrigir.

        No endereço a seguir encontramos os usos de αγελη na língua grega, em textos fora da Bíblia.


        Como se pode ver, essa expressão pode indicar, dentre outras coisas, o coletivo de:
        a) cavalos.
        b) bovinos.
        c) qualquer companhia.
        d) peixes.
        e) garotos, no treinamento de Creta ou Esparta.

        Assim, fica evidente que, na língua grega, a expressão αγελη pode ser usada para indicar também porcos, porque não está diretamente relacionada a nenhum tipo de animal.


Gyordano, peccator.


A primeira viagem missionária de Paulo

Entre os mitos comuns no mainstream evangélico contemporâneo (assim como das seitas que se destacam dele) está uma certa concepção acerca da Igreja Primitiva. Essa concepção não é totalmente sem fundamento, mas surge de um conjunto de exageros que se explicam tanto pelo pouco conhecimento das Escrituras (nossa primeira fonte, ao tratar da Igreja Primitiva) quanto pela ingenuidade acerca da história do desenvolvimento da Igreja cristã.

É parte da retórica proselitista sectária a Ideia de que a Igreja Primitiva haja sido uma Igreja perfeita, com a doutrina correta, a santidade correta, os costumes corretos, a administração correta, tudo correto, e que a Igreja atual (ou as igrejas atuais) seja um desvio dessa perfeição inicial. As seitas cristãs (testemunhas de Jeová, mórmons, adventistas, etc) fazem uso desse erro, em maior ou menor medida. Mas também o faz, de fato, grande número de protestantes quando busca criticar a Igreja católica.

Em parte essa concepção é justificável, na medida em que um estado ideal de coisas, submetido ao caos do comportamento humano, à “entropia” do tempo, às influências externas, só pode tender da perfeição para a imperfeição.

Em parte também se justifica tendo em conta que o conhecimento mais imediato que temos da Igreja Primitiva em sua origem é o Novo Testamento, que é o nosso modelo de comportamento, conduta, crença. Ao passo que o Novo Testamento tem um conteúdo ético (regras de comportamento), tem também um conteúdo histórico-narrativo, muitas vezes como parte de um mesmo texto, mas que não é explicitamente endossado ou condenado pela própria Escritura. Trata-se, portanto, de uma leitura pobre das Escrituras.

Entretanto, a ideia inicial, de que Igreja primitiva fosse perfeita e um modelo em todos os aspectos, é absurdamente falsa. Uma simples leitura do Novo Testamento já é suficiente para esclarecer isso, e por isso não vejo ser necessário provar isso aqui, ao menos por hora. Desejo apenas que o eventual leitor desse texto reflita sobre o tema. A Igreja primitiva estava dividida (o partido de Jerusalém de um lado, o partido de Paulo de outro, como vemos em Gálatas), havia diversas heresias (que negavam a ressurreição futura, ou que negavam a entrada de gentios na igreja), e todos os pecados de hoje haviam na época.

É preciso ter em mente: nem tudo na Igreja primitiva era correto ou apontado por Deus. Além dos pecados e heresias, havia problemas estruturais. Se, por exemplo, a prática de congregar-se em casas, como havia na Igreja primitiva, tivesse dado certo, nunca teriam deixado de fazê-lo. Há também o mito de que a Igreja primitiva não era hierárquica (quando, na realidade, era muito mais do que hoje), mas não é momento para discutir diretamente esse ponto. A questão é que acredita-se hoje que a hierarquia é algo mau, e projeta-se essa ideia em direção à igreja primitiva, como se a hierárquica eclesiástica fosse uma criação da “idade das trevas” (um outro mito, uma época que nunca existiu). Também é errado pensar que todas as mudanças foram para pior, na passagem da Igreja Primitiva para Igreja Medieval. Trata-se de preconceito e ignorância acerca do tema.

E havia santos entre eles (rodeados por uma nuvem de pecadores), sim, mas também os há entre nós. O número de pessoas de fé sempre foi pequeno, em toda a história do cristianismo, se comparado ao número de verdadeiros santos. Jesus morreu por culpa de um discípulo; já não basta isso?

Em verdade o acúmulo de erros desde a Igreja primitiva é muito grande. Mas, guardando-se a devida proporção, não há motivos para pensar que a Igreja de hoje seja “pior” que a Igreja de 2 milênios anos atrás. Temos mais heresias hoje, mas só podemos imaginar que o número delas cresça à medida que cresça o número de cristãos. Se todos os cristãos tivessem sido mártires (no sentido mais próprio), não haveria cristianismo.



G. Montenegro.


Palavras muito simples tem a capacidade de carregar e evocar um conjunto muito complexo de ideias. Isso é bem verdade com respeito à palavra “Lúcifer”. Essa palavra traz em si todo um conjunto de ideias acerca de quem seja o diabo, Satanás. O uso continuado dessa expressão tem sido responsável por sustentar toda uma demonologia extra-bíblica, moldando, por clara eisegese, a forma como se interpreta diversos bíblicos, como Isaías 14 ou Ezequiel 28.

Essa ideia é basicamente a seguinte: um dia aquele que é hoje Satanás teria sido um “anjo de luz”, por isso chamado Lúcifer. Mas por ter se rebelado contra Deus, ele teria se tornado “Satanás”, deixando de ser um anjo para se tornar um demônio.

O uso cristão da expressão “Lúcifer” foi uma contribuição permanente do teólogo e pai da igreja Jerônimo de Strídon (ainda que anterior a ele), tradutor responsável pela Bíblia que durante séculos foi normativa no ocidente: a Vulgata Latina; tal tradução (seguida de traduções posteriores, como a King James Version) serviu para perpetuar a ideia corrente sobre quem seria o diabo e qual tenha sido sua origem. Embora Jerônimo seja o responsável pela tradução, não se pode atribuir a ele a culpa pelo uso da palavra da forma como se observa atualmente; na realidade, a tradução de Jerônimo está correta. O real problema é a construção interpretativa que se associou a tal tradução; essa interpretação acabou produzindo um falso significado para a palavra “Lúcifer”.

A palavra “lucifer”significa “luzeiro” em latim. É originalmente o nome dado ao planeta Vênus, por ser um astro que resplandece no céu, refletindo muita luz solar. Parte desse uso continua na língua romena, na qual esse mesmo astro é ainda chamado Luceafărul (o luzeiro), nome do poema do célebre poeta romeno Mihai Eminescu. Vênus é chamada “Estrela da Manhã” (ou “Estrela d'Alva”) por ser visível ainda cedo no dia. O texto em questão é Isaías 14:12:

“Como caíste desde o céu, ó estrela da manhã, filha da alva! Como foste cortado por terra, tu que debilitavas as nações!”
(Isaías 14:12)

QUOMODO CECIDISTI DE CAELO LUCIFER QUI MANE ORIEBARIS CORRUISTI IN TERRAM QUI VULNERABAS GENTES”

Entretanto, Jerônimo usa a expressão “LUCIFER” muito coerentemente, utilizando-a não como um nome para o diabo, mas simplesmente como a tradução da “estrela da manhã” ou “estrela da alva”. Esse uso aparece no texto de 2 Pedro 1:19:


“E temos, mui firme, a palavra dos profetas, à qual bem fazeis em estar atentos, como a uma luz que alumia em lugar escuro, até que o dia amanheça, e a estrela da alvaapareça em vossos corações.”
(2 Pedro 1:19)

ET HABEMUS FIRMIOREM PROPHETICUM SERMONEM CUI BENE FACITIS ADTENDENTES QUASI LUCERNAE LUCENTI IN CALIGINOSO LOCO DONEC DIEES INLUCESCAT ET LUCIFER ORIATUR IN CORDIBUS VESTRIS

Assim sendo, a palavra latina “LUCIFER” não tem qualquer relação com um “anjo de luz”. Não diz respeito a uma suposição de que Satanás teria sido um “portador da luz”. Trata-se simplesmente do nome de uma estrela, usada no texto de Isaías 14 com referência simbólica a um indivíduo específico. Não se trata, em absoluto, de um nome próprio (no sentido moderno) de um indivíduo.

Na realidade, se lido em seu devido contexto, o texto de Isaías 14 se refere a um ser humano, não a um anjo ou demônio. Seu contexto maior é um conjunto de profecias de juízo (pesos) contra nações estrangeiras (Babilônia, Filístia, Moabe, Síria, Etiópia, Egito, etc). O contexto mais imediato é o Peso da Babilônia, que se inicia no capítulo anterior. Absolutamente nada no texto dá a entender que se trata de um anjo ou demônio, quiçá de Satanás especificamente. O objeto dessa profecia é o “rei da Babilônia” (14:4), um homem (14:16) a ser lançado na sepultura (14:19). A profecia tem traços idênticos àqueles apresentados na profecia de Daniel 4 contra Nabucodonosor, rei cujo texto foi dado por Deus, o qual chega a lhe chamar “meu servo” (Jeremias 25:9). De fato, muitos são os reis destituídos por Deus por sua soberba, por se fazerem semelhantes ao Altíssimo.

Outro texto, ainda mais forte, que se aplica a Satanás, é Ezequiel 28. Na próxima postagem, mais sobre esse texto.


G. Montenegro